No ponto

Já era meia noite em hora terrena, o astronauta esperava que por ali passasse algum ônibus especial, espacial.

E enquanto não passava, seu coração mole percebeu que era tempo de deixar pra trás o passado já resolvido, seguir adiante. Ele esperava e refletia sobre o amor que o esperava, arrependido, disposto, quente e vivo, ali, pronto para partir em viagens e aventuras, descer em novas estações e desbravar mares de sentimentos.

O amor perdera o trem. Mas correu, respirou, tomou banho e já tava lindo. Alcançou o astronauta que já estava cansado de esperar. Partiram então logo para um delicioso e longo beijo, que acabaria por durar longos anos. Foi a comunhão, a conjunção do sentimento nobre. De repente, já não havia mais espaço para a sujeira, pelo contrário, muito combustível para seguir viagem de modo autêntico, vigoroso.

Daí, o astronauta se viu em um ponto que já não mais o pertencia. Largou essa ideia estapafúrdia de ônibus. Recuperou a nave e partiu rumo ao desconhecido, virgem daquelas experiências e sedento para rompê-las, uma a uma. Contudo, apaixonado e acompanhado, junto a nave ele e o amor seguiram adiante.

E esse foi seu mais valioso presente de natal!