Pulsar


Nas andanças estelares, li sobre a descoberta do pulsar mais veloz já registrado. Não duvide, ele está aqui.  Ainda que com todo ambiente aberto, minha mente insular ainda tenta romper a maré batendo e descobrir o que cá em cada terra firme que aporto minha nave.

Descer e explorar revelam mais que outras culturas, mas a minha própria, seja ela a cumplicidade ou a diferença. Os meus preconceitos das minhas intransigências tornam-se ultrajantes entre risadas e rompantes.

De que adianta tanta descoberta em um tempo que brilha com hora para acabar? O que dá pra fazer em todo o infinito, de todo o sentimento, é vivê-lo, senti-lo, explorá-lo. O que mais faria um astronauta?

Levo comigo o ávido interesse da eterna primeira vez. A novidade, as vezes forçada está aqui. Não tenho espaço para preguiça, nem para a negação. Sim, sou sistemático e intransigente, imutável e selvagem.

Então sou atravessado por neutrons atrevidos a uma velocidade que fazem meu coração voltar a pulsar. Independente de onde estou, sou humano, não há como evitar. Pontes, praias, mistérios, lágrimas, esperanças, tolas e inocentes, todas e uma somente, são a soma serviu de meus pés, mãos, cabeça e alma camponeses. Incansáveis no eterno conserto, cansados das mesmas ladainhas cantadas ladeira acima, bem acima das estrelas, no céu do teto do meu quarto.

Amor e raiva, a combustão que me traz do nexo ao desléxico.  A nave é um fio de cabelo que flutua em direção a, aonde mesmo? Está tudo bem definido em meu plano de rota, rumo ao lugar nenhum, onde nenhuma das minhas certezas encontram cais, nem docas, nem amarras. Nenhum dos meus perfis ou caráteres permanecem sólidos. Desmistificado, sigo, numa eterna reinvenção e adaptação, ilógico com os parágrafos acima, mas suportando a realidade.

Antes de ser supernova.