Aquela canção



Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, deixam no ar

Pois de certa forma, entre razões e descobertas, você vagueia em campos de sonhos e ilusões, pertinentes à tua vela. Daquele Mucuripe, transparece muito sentimento, sinceridade, mas também, besteira a ser entendida com o tempo.

As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar

Embora o vento leve, há algo aqui vivo, algo que permitiu se entregar e saltar, sem freios, amarras ou paraquedas.

Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar

De machucado, esse coração se orgulha das histórias e cicatrizes. Naturalmente, ressabiado, ele até queria ter te agarrado, mas tem bagagem e radar suficientes.

As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer que eu não posso chorar

E me deixe escrever, pois se é loucura apostar, ora vá saber. O bom foi amar, verdadeiramente. Essa é a aventura sincera, perene. Isso é mostrar o mutável, o evoluível, porém inabalável. Ha, veja só, se não há laço que te traz até aqui, e você brinca de negar

Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar

Pra quê tanto receio, passando a mim uma responsabilidade que você sabe que seu coração e sua pele também clamam... Desde quando ser forte é se impedir de mergulhar em meio aos tubarões, optando por experiências superficiais, que só encantam ouvidos bobos e inexperientes? Obrigar-se a desamar, rodar com a vista escura para, ah é, ser mais um, hummmm

O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor, pra sempre vou te amar

Se não deu pra entender, de tanta história, houve um crescimento mútuo. Maturidade não tem a ver com tempo cronológico, mas sim com experiência e construção. Ainda que as primaveras não coincidissem, de cada lado havia aprendizado particular, vontade. De sobra, carinho, entendimento, mas daí, seu medo. De que houvesse estacionamento, congestionamento, ancoragem,

Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar

Veja então que por este leste, o Sol nasce, compreende e nem se importa de quanto planetas mais terá de iluminar, cometas terá de atrair ou asteroides terá de queimar para que você possa acreditar. 

Que meu amor não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro

Da sua força gravitacional, não é um caminho de forçar, mas que a orbita siga seu curso natural. Porque se é aventura, se é paixão, aqui tem. Agora, se é amor, o que é difícil de achar, aí sim, aqui tem e tem e tem mais uma vez. E se é para crescer junto, lembre-se, não existe carimbo ou clonagem. O que há é compartilhar, unir e seguir, juntos, um sendo trampolim do outro, cada um com sua história, em saltos de mãos dadas, ornamentais e surpreendentes.


Até o mundo acabar

Com sonhos, expectativas e realidades, pra sempre.


Só falta a gente sair do banco do carro pra viver, ao vivo.

A retrete que eu te dei, se ainda tens não sei
mas de tiver
conserva-me