Cadente


Na dança das estrelas, cheguei a essa terra de nome firme. O que é que eu fiz de errado ali, eu não sei.

De conhecer sua gente, experimentei na fonte a ingratidão. Trouxe de outros mundos cultura, riqueza, saber, experiência. De lá recebi recusa, preguiça, procrastinação.

Ele teve a chance de conhecer outra forma de expressão. Um dia, ele pediu uma chance. Ele teve. Passaram-se mais umas centenas de dias e o planeta mais uma vez mostrou suas garras e sem piedade, fez esse astronauta sucumbir. Desde então, expulso, o astronauta zarpou.

Mas foi tanto investimento, em sentimento, em crescimento, que desligar-se do planeta parece ser tão difícil. Diante disso, o astronauta ofereceu perdão. O astronauta esperava que aquela terra que pregava tantos valores iria agarrar essa oportunidade para fazer melhor, para finalmente por em prática tudo aquilo que dizia ser.

Novamente o astronauta estava enganado. Tolo. O planeta seguiu a girar tranquilamente sem o visitante estrangeiro, superior como já se datava antes mesmo dos primeiros pousos. Ingratidão, insensibilidade, apatia, egocentrismo, mentira, falsidade.

Começou então a corrida para se retirar aquele ponto de qualquer carta, mapa, localização. Ainda que encantadora pirita no multiverso, daquele brilho só verte escuridão, tristeza e sofrimento.